O despertador tocou livrando-a de um pesadelo com alguém
que há muito não via. Acordou sem se lembrar direito do que sonhara, mas com
uma sensação de angústia e alguns flashes que mostravam muito choro envolvido por abraços de consolo.
Misturada à angústia, uma saudade enorme e uma
vontade de abraços reais. Vasculhou suas lembranças mais profundas e trouxe-o
de volta a memória. Desejou que estivesse bem, mesmo que lhe faltassem os seus
consolos. Aliás, desejou que fossem desnecessários.
Enquanto escovava os dentes, rogou uma prece em
pensamento e cantarolou mentalmente algumas canções que ele gostava. Foi o
suficiente para deixá-la feliz naquela manhã de segunda-feira cinzenta.
Quando fechou a porta atrás de si, levou consigo a certeza
de que, caso o sonho tivesse sido dele, todas as sensações seriam iguais. Nesta
hora, seu ódio por quilômetros crescia na mesma proporção de sua saudade.
Ou “O dia que senti saudades
do Felipe”
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